18.8.04

Na outra margem


[ foto cedida]

Referências que gosto na cidade que nada me diz. Outras existem, os moinhos de maré, resquícios de uma antiga fábrica na outra ponta dos três moinhos que olham o rio mas não se movem nas suas águas. Sempre defronte ao Tejo, a parte antiga da cidade guarda velhas construções, com belos gradeamentos, inspirados, decerto, nos desenhos de Blondel. Alguns, depois de recuperados brilham em cores suaves e alegres. E os parques. O mais romântico, ao alcance da largura da rua, bem cuidado, árvores frondosas, lago serpentinado recolhendo, ao centro, uma ilha resguardada por caramanchão de buganvílias. Já a pequena ponte, unindo os espaços, cobre-se de lilases moldando um tecto de perfumes acentuados. Outrora os cisnes habitavam o lago. Os patos de cores matizadas, também. Hoje, as folhas das árvores iludem a ausência. O mais recente, grande, limpo, sem pretensões de estilo, estende-se fora da cidade. Alberga um espaço de exposições de obras de arte. Na cidade que nada me diz, na margem oposta da cidade que amo.

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