(fotos de Francisco Botelho)
És-me desconhecida. As memórias que de ti tenho vêm-me por herança de outras memórias que hoje, permanecem apenas dentro de mim. No entanto, não me podes ser estranha. Aí fui gerada e num pontinho do teu ser a minha vida teve início. Apreendi os teus sons, a tua voz, a tua solidão, mesmo antes de existir.
Olho-te e pareces-me enigmática, como o meu próprio ser. Impenetrável através do olhar que te observa do exterior. Teria sido necessário ter convivido contigo para aprender o teu respirar, sentir o teu pulsar. Essa vivência não a tive.
Mas sei que, antes de mim, levaste felicidade, harmonia a quem me deixou em herança estas memórias. Porque o início é sempre o lugar intocável, em que a vida não teve ainda tempo de gravar sulcos, feridas, assim cresceu o meu pudor em percorrer-te, levantando os risos, as vozes, pertença única de quem, em ti, foi tão feliz.
Olho-te e pareces-me enigmática, como o meu próprio ser. Impenetrável através do olhar que te observa do exterior. Teria sido necessário ter convivido contigo para aprender o teu respirar, sentir o teu pulsar. Essa vivência não a tive.
Mas sei que, antes de mim, levaste felicidade, harmonia a quem me deixou em herança estas memórias. Porque o início é sempre o lugar intocável, em que a vida não teve ainda tempo de gravar sulcos, feridas, assim cresceu o meu pudor em percorrer-te, levantando os risos, as vozes, pertença única de quem, em ti, foi tão feliz.
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