16.6.05

where are we going to?


... demoramos nos olhos
a ternura frágil,
remanescente
após
o amplexo.

e buscamos
a distância
entre nós...

Os gestos seguiam-se às palavras
ou eram elas que se sentiam arrastar
pelo mecanismo repetitivo das mãos e dos corpos.
Não conseguia distingui-los.
Apenas a sensação de que
cada amplexo nos separava a pouco e pouco.
Nada se consolidava
a não ser a certeza de finitude,
certeza inicial colorida de fantasia
que não cabia na realidade.
Crescia o silêncio,
aquele silêncio interior que se instalava
como uma sombra escura
cobrindo a luminosidade possível.
Que nunca o fora.
E assim mantínhamos a ilusão
de felicidade sorridente, aquecendo não sei que vida.
Não a minha, não a tua.
A que sonhávamos existir.



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