" Era alta e loira. De onde conhecia esta mulher tão bem? Durante a viagem, mais de cinco horas, martirizei a memória em vão. Saímos e, quando a perdi de vista, lembrei-me logo de que a conhecia de um romance, de um clássico americano. Procurei-a com o olhar mais uma vez mas apenas vi uma multidão de personagens e nenhum vestígio dela. Como era possível uma personagem ser tão diferente das outras? Com esta pergunta atravessei a cidade, voltei para o aeroporto sem dar por isso. Alguém me agarrou o braço, vi na minha frente uma flor azul enorme, depois a flor ficou desfocada e uma onda de palha de trigo, ou talvez de aveia, tapou-me o horizonte. Senti um beijo, e logo a seguir senti-me uma personagem: a loira sorria para mim, aparentemente encantada, ou pelo menos feliz - eu próprio tinha-me perdido de vista..."
(Dimítir Ánguelov, Sol Oposto )
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