22.7.04

Marinhas

 
Fios de luz e sombra em tonalidade cinza tecem imagens transportadas na aragem, de recorte esfumado na paisagem. Junto ao rio, o percurso segue o mesmo caminho e em passos descasados rodeia  a velha torre envolta em odores de maresia. Alcançando a foz, o fio do horizonte desdobra o olhar. Já não toma o reflexo espelhado na água, divisa apenas esse espaço entreaberto, formado no espectro de raios solares aconchegados em ondulação de nuvens. O ar denso, sacode a poalha  dourada avivando os tons escuros de opacidade carregada. Olhando o Tejo, sintonizo o pensamento.

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