[Murat, Le Lac de Puchkar ]
Actualmente, a sexta-feira é o dia de maior agrado. Prenúncio de fim de semana, tem o encanto de ser o seu início, sem pressas, sem atropelos. Diria mesmo, a ponte para o nada fazer. O serão mais saboreado, de tempo que ainda falta para o que já se vai passando. Esse, pertence ao domingo, a tarde então é a irritação do fecho semanal.
O sábado, tem o gosto das manhãs prolongadas, entre a quentura dos lençóis e o aconchego da mantinha a convite da madrugada. Nada tem este sabor, de preguiça enrolada ao corpo, o tempo desafiando os ponteiros do relógio, a música adormecendo a pressa de negar o momento de sair. E o café, tomado junto ao rio quando a tarde se anuncia, liberta a réstia de lassidão aninhada no olhar, espraiando-se na superfície brilhante, perdendo-se na distância, alcançando a outra margem.
Ao entardecer, o passeio solitário. Olhos semi-cerrados sorvendo o silêncio carregado de centelhas luminosas. Apenas gaivotas cruzando o espaço, perturbando o pensamento.
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