[G. Klimt, La poesie ]
Inclinado en las tardes tiro mis tristes redes
A tus ojos oceánicos.
Alli se estira y arde en la más alta hoguera
Mi soledad que da vueltas los brazos como um náufrago.
Hajo rojas senãles sobre tus ojos ausentes
Que olean como el mar a la orilla de un faro.
Sólo guardas tinieblas, hembra distante y mia,
De tu mirada emerge a veces la costa del espanto.
Inclinado en las tardes echo mis tristes redes
A ese mar que sacude tus ojos oceánicos.
Los pájaros nocturnos picotean las primeras estrellas
Que centellean como mi alma cuando te amo.
Galopa la noche en su yegua sombria
Desparramando espigas azules sobre el campo.
(Pablo Neruda)
Levanto-me de noite e a casa, adormecida, liberta-me os passos, mantendo o velho pacto de permanecer silenciosa. No escuro, percorro os espaços guiando-me pelas sombras, evitando a claridade que se estende, na noite, lá fora. Entendimento que se foi construíndo ao longo do tempo, em que nenhuma de nós, eu e a casa, traíu os movimentos.
Como os meus pensamentos e as palavras. Não em poemas, que não os saberia construir, mas no balançar de gestos encadeados caminhando apenas em rotas de ideias, enchendo barcos de palavras. Que os transportam, sem os aprisionar.
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