10.10.04

no coffee, no workee


O dia só começa verdadeiramente no momento em que o aroma do café exala aquela nuvenzinha perfumada, insinuante, dançando à nossa volta, arrancando-nos à dormência do despertar.
Vamos tomar um café? A chávena do café. À sua volta reúnem-se as emoções mais contraditórias. Fazem-se confidências, decidem-se negócios, combinam-se estratégias, cria-se o convívio saudável de tertúlias, partilham-se gostos e preferências.
E descobrem-se amizades, alimentam-se afectos. O forte aroma do café, é, muitas vezes, ponto de partida para a descoberta de muitos outros aromas.
Preciso de um café, logo pela manhã. É o meu vício declarado, assumido, que nada me deixa fazer sem essa caneca fumegante, amarela e branca, desafiadora no aviso "bica escaldada de água fria tem medo". Olha-me e atrai-me. E pego-lhe com carinho, ajeito as minhas mãos ao arredondado do seu corpo, levo-a aos lábios, sentindo o calor que me entra na pele espandir-se em ondas, fazendo-me estremecer de prazer. Adoçicado, mas não a ponto de lhe perder o gosto natural, o café faz parte do meu dia a dia, equilibra-me, preenche a ausência perdida em qualquer ponto do caminho, reencontra o olhar largado por sobre a cidade.

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