(Ilha do Pico)
(...) Eu sou uma menina do mar. Chamo-me Menina do Mar e não tenho outro nome. Não sei onde nasci. Um dia uma gaivota trouxe-me no bico para esta praia.
(...) Aqui despi meu vestido do exílio
E sacudi dos meus passos a poesia do desencontro.
(...) E foi como se tudo se extinguisse,
Como se o mundo inteiro se calasse
E o meu ser livre por fim florisse
E um perfeito silêncio me embalasse.
(Sophia Mello Bryner Andresen)
Além da imensidão do mar, quero pintar de emoções a minha ilha. O verde dos campos que me aprendeu o caminhar, os doces coloridos das flores, as sombras rosadas de núvens toldando a madrugada, os amarelos roubados ao sol e semeados pelo vento.
Não quero a distância azul gelo, deslumbrada e solitária, quero antes o calor de um solo que me acolherá o corpo se, estendida, me entregar à quentura telúrica que me deu origem.
(obrigada Carlos, pela belissima imagem!)
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