La musique souvent me prend comme une mer!
Vers ma pâle étoile,
Sous un plafond de brume ou dans un vaste éther,
Je mets à la voile;
La poitrine en avant et les poumons gonflés
Comme de la toile,
J'escalade le dos des flots amoncelés
Que la nuit me voile;
Je sens vibrer en moi toutes les passions
D'un vaisseau qui souffre;
Le bon vent, la tempête et ses convulsions
Sur l'immense gouffre
Me bercent. - D'autres fois, calme plat, grand miroir
De mon désespoir!
Charles Baudelaire, "Beethoven/La Musique" in Les fleurs du Mal
Olho Lisboa ao som de Beethoven.
Pela janela, vejo estender-se uma larga faixa de espuma à superfície da água. Como notas soltas da melodia que me ecoa trazida pelo pequeno leitor de cds.
Tão forte e ao mesmo tempo tão suave, a música de Beethoven.
Vejo a cidade aproximar-se no esvoaçar irrequieto dos dedos de Kissin epalhando a luminosidade de um sol apenas rompido através de núvens poucas.
Reflecte-se contra as casas, faz brilhar o tufo de árvores no cimo do castelo e esgueira-se sobre o Panteão e as torres de S. Vicente.
Os meus diálogos adiados com Kissin.



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