2.12.05

why do you call me?

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guardei nos lábios a cor orvalhada dos dedos acreditando na proximidade discordante dos gestos e nem escutei o rumor ondulando nos cílios, cumprindo-se em distâncias. atravessei os dias conservando do passado o afecto que não moldou os rostos. tento em vão selar as frases não pronunciadas mas, o que me impede, o que me impede são todas essas flores em sangue espalhando-se no meu corpo, elas têm o teu cheiro.
enquanto te espero penso nesse mundo dançando nos teus olhos e então abraço o medo, roçando os lábios ao de leve no teu hálito.


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