23.4.07

a dissimulada feição da morte...

trabalho sobre foto de omni_nominis
(...)
Nem só de mar é feita a minha praia
a vaga vaga que vem vindo enquanto viva
e que fica na página na forma de palavra
palavra fotográfica de coisas
e condição de paz de pensamentos
Pedra a pedra construo o meu poema
e é nele que dos dias me defendo
...
Ruy Belo, pequena história trágico-terrestre


vida, porque havias de trazer ao esquivo dos dias
porque havias de trazer o gosto pela tua outra face onde
a solidão se faz abrigo…

23 comentários:

nameless as a desire disse...

Espero, sinceramente, que essa outra face leve, senão uma lambada, pelo menos uma sacudidela que traga de volta à luz, à tona, tudo aquilo que de precioso partilhas neste cantinho acolhedor.
Fazes-nos falta. :)

(a inevitável finitude do que se nomeia diz tudo. é recíproca, a sensação, mesmo numa via de sentido único.)

Que as ausências não se acomodem ao aperto dos dedos na palma da mão.

clarinda disse...

moriana,

a outra face está distante, é a outra.Mas parece às vezes dentro de nós.

beijinhos

musalia disse...

nameless as a desire

também o espero. as palavras hão-de empurrar, como sempre, a sensação de asfixia. soltar-se-ão.
neste momento as mãos são vertiginosas no movimento de folhear páginas. ausência exterior, apenas. reflexão silenciosa, muita. aparentemente silenciosa.

sempre nos habituamos áquela pedra que se apresenta, diariamente, no nosso caminho. obrigada por a aperceberes:)

musalia disse...

laerce

estará assim tão distante? o somos nós que a escondemos num cantinho, em nós? não sei...

beijinho.

A. Pinto Correia disse...

eterno..

musalia disse...

finito, também, unicus.

Anónimo disse...

Olá moriana! Já cá não deixava comentário há algum tempo, mas aparecia sempre para te ler... Continuas a saber escrever como ninguém, e continuo a adorar cada palavra :)

Beijos :)

Anónimo disse...

porque apenas seremos humanos amando-nos em plenitude.

antónio paiva disse...

..................

porque às vezes é por aí que queremos ir

..........precisamos da solidão para lamber as feridas.........


....................

Beijo e noite serena

sm disse...

Não existe frio sem calor, nem luz sem escuridão tanto quanto ódio sem amor ou sim sem não.

A solidão é uma maravilha que mata de liberdade.

Alphynho disse...

Num há nada mais dissimulado do que a morte: vem sem aviso, não pede para entrar mas, depois de entrar, já ninguém consegue pedir para ela sair :oD
Um beijo daqueles :o)

Sophia disse...

Porque o dia, não é dia sem noite e a vida não tem o mesmo valor sem se reconhecer a morte?
Acho que ela não é dissimulada, nós é que preferimos não a olhar de frente!

;) Baci

Bruna Pereira Ferreira disse...

Nem o sofrimento fica feio aqui.
Se morres, morremos contigo, ao ler-te.

Bom feriado :)

musalia disse...

Diogo

e eu, além de te ler, ouço lerem-te ;)
(agradável surpresa)

abraço.

musalia disse...

antoniojoaomoito

por certo, muito certo :)

musalia disse...

antonio paiva

caminhos que escolhemos, às vezes, tanto que há o risco de nos perdermos. mas há a hipótese de deixarmos cair migalhinhas de sonho para regressarmos :)

beijos, noite serena, também.

musalia disse...

sm

o verso e o anverso, é isso:)
mata 'de' ou mata 'a'?...

musalia disse...

alphy

bem regressado sejas:)
não conseguir pedir pode ser uma forma de libertação. de paz, quem sabe.
outro, daqueles:)

musalia disse...

Sophia

o teu comentário leva-me ao filme 'O sétimo selo', de Bergman: o cavaleiro jogava xadrez com a morte, frente a frente...ganhava sempre. até um dia...

baci:)

musalia disse...

bruna

'aqui ninguém morre sem mim', é isso? ninguém vai morrer, ora essa!
(lindinha:)

beijos, bom feriado.

sm disse...

Mata "de"! Porque a solidão é uma forma de liberdade, uma que nem sempre escolhemos mas que sempre nos acolhe de braços abertos.
E neste caso seria o verso e o ad'verso... :)

musalia disse...

sm

pois, não há bela sem senão...
creio que a liberdade está muito ligada à solidão. sobretudo quando é por esolha...

Inês disse...

...*