24.4.07

era um redondo vocábulo

foto de moumine
...
Revelavam-se ondas
Em maninhos dedos
Polpas seus cabelos
Resíduos de lar
Nos degraus de Laura
A tinta caía
No móvel vazio
Convocando farpas
...
...
A fúria crescia
Clamando vingança
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
...
Zeca Afonso

16 comentários:

Pedro Branco disse...

Oh, Moriana!

musalia disse...

Pedro Branco
:)
(mesmo em liberdade é preciso não esquecer os poemas e a voz de Zeca Afonso)

Pedro Branco disse...

Eu sei! O meu comentário foi mesmo de alegria. De te saber assim, como eu, tão dentro do Zeca.

Deixo-te a letra de uma canção que sempre canto e que diz o que sinto:

CARTA AO ZECA

Música e Letra: José Mário Branco

Vieste de menino de oiro pela mão
Acordar a madrugada
E fez mais às vezes uma só canção
Do que muita panfletada
Grandes janelas soubeste abrir
Por onde o ar correu sem te pedir
Que não se cansem de nascer
As fontes onde vais beber

REFRÃO:
Nunca mais te hás-de calar
Ó Zeca, para nós
Canta sempre sem parar
Que é seiva e flor
A tua voz

Vestiste a capa de caloiro coimbrão
Para ultrapassar o fado
E, em cada Natal, teu fruto temporão
Nunca foi ultrapassado
Na distracção jogas à defesa
Com o humor disfarças a tristeza
Cantas a esp’rança e o amor
Que o povo te ensinou de cor

AO REFRÃO

Nem tudo o que reluz é oiro, pois então
E bem gostaria o facho
De te ver calado e manso pela mão
Com medalhas no penacho
Co’a tua ronha felina e sã
Vais-lhe atirando as flechas de amanhã
O olho pisco a acender
E a garganta a acontecer

AO REFRÃO

bruno disse...

e porque há sempre
liberdades maiores
e porque a divisa
triádica é um tri-
ângulo
, e porque
o centro dele é o
sonho maior.

um abraço, hoje
musalia, maior.

musalia disse...

Pedro Branco

desde menininha que me lembro das canções do Zeca em casa de meus pais.
como poderia não estar 'por dentro delas'?
:)

esse poema é-me menos familiar. obrigada pela descoberta.

beijos.

musalia disse...

bruno béu

se 'liberdade' for o centro, direi, como alejandra pizarnik:

o centro
de um poema
é outro poema
o centro do centro
é a ausência

no centro da ausência
a minha sombra é o centro
do centro do poema

abraço, hoje e sempre, quando 'sempre' é a ânsia de liberdade.

Sophia disse...

Perfeito!

;) Baci

musalia disse...

baci, Sophia :)

bruno disse...

a liberdade, um ângulo
da divisa que une. no
centro, o sonho maior.

noites e dias
encontrados.

Andreia disse...

É quando a tinta cai e ficam resíduos de lar que há espaço para construir um novo. Depois do vandaval.

Bruna Pereira Ferreira disse...

Bela escolha!
Vivam os poetas!
Revolução das palavras, sempre!

:)

A_Duval disse...

pq se fala de zeca...pq o momento é de festa...

"Fausto - O Barco vai de Saída"

...foi pecado, foi pecado...e foi pecado sim senhor... que vida boa era a de Lisboa.

é bom voltar

Bjs

musalia disse...

bruno b.c.

o ângulo constrói um abrigo. se tomarmos abrigo pelo 'ser', diria a.p.:

'alejandra alejandra
por baixo estou eu
alejandra'
(apenas um nome)

beijo encontrado
na noite

musalia disse...

menina dos olhos de água

o vendaval leva tanto quanto traz. assim me ensinou o mar :)
depois, sim. é tempo de reconstruir.
:)

musalia disse...

bruna

poesia é vida. creio ( e já não creio em muito)

:)

musalia disse...

A_Duval

que o regresso seja sereno, não tanto como o foram as embarcações 'por esse rio acima' :)

Fausto. escolha magnífica, como sempre.

bjs.