...
Revelavam-se ondas
Em maninhos dedos
Polpas seus cabelos
Resíduos de lar
Nos degraus de Laura
A tinta caía
No móvel vazio
Convocando farpas
...
...
A fúria crescia
Clamando vingança
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
...
Zeca Afonso
é o meu ser que se escreve nas minhas mãos vazias. o meu ser suspenso dos meus dias.
16 comentários:
Oh, Moriana!
Pedro Branco
:)
(mesmo em liberdade é preciso não esquecer os poemas e a voz de Zeca Afonso)
Eu sei! O meu comentário foi mesmo de alegria. De te saber assim, como eu, tão dentro do Zeca.
Deixo-te a letra de uma canção que sempre canto e que diz o que sinto:
CARTA AO ZECA
Música e Letra: José Mário Branco
Vieste de menino de oiro pela mão
Acordar a madrugada
E fez mais às vezes uma só canção
Do que muita panfletada
Grandes janelas soubeste abrir
Por onde o ar correu sem te pedir
Que não se cansem de nascer
As fontes onde vais beber
REFRÃO:
Nunca mais te hás-de calar
Ó Zeca, para nós
Canta sempre sem parar
Que é seiva e flor
A tua voz
Vestiste a capa de caloiro coimbrão
Para ultrapassar o fado
E, em cada Natal, teu fruto temporão
Nunca foi ultrapassado
Na distracção jogas à defesa
Com o humor disfarças a tristeza
Cantas a esp’rança e o amor
Que o povo te ensinou de cor
AO REFRÃO
Nem tudo o que reluz é oiro, pois então
E bem gostaria o facho
De te ver calado e manso pela mão
Com medalhas no penacho
Co’a tua ronha felina e sã
Vais-lhe atirando as flechas de amanhã
O olho pisco a acender
E a garganta a acontecer
AO REFRÃO
e porque há sempre
liberdades maiores
e porque a divisa
triádica é um tri-
ângulo, e porque
o centro dele é o
sonho maior.
um abraço, hoje
musalia, maior.
Pedro Branco
desde menininha que me lembro das canções do Zeca em casa de meus pais.
como poderia não estar 'por dentro delas'?
:)
esse poema é-me menos familiar. obrigada pela descoberta.
beijos.
bruno béu
se 'liberdade' for o centro, direi, como alejandra pizarnik:
o centro
de um poema
é outro poema
o centro do centro
é a ausência
no centro da ausência
a minha sombra é o centro
do centro do poema
abraço, hoje e sempre, quando 'sempre' é a ânsia de liberdade.
Perfeito!
;) Baci
baci, Sophia :)
a liberdade, um ângulo
da divisa que une. no
centro, o sonho maior.
noites e dias
encontrados.
É quando a tinta cai e ficam resíduos de lar que há espaço para construir um novo. Depois do vandaval.
Bela escolha!
Vivam os poetas!
Revolução das palavras, sempre!
:)
pq se fala de zeca...pq o momento é de festa...
"Fausto - O Barco vai de Saída"
...foi pecado, foi pecado...e foi pecado sim senhor... que vida boa era a de Lisboa.
é bom voltar
Bjs
bruno b.c.
o ângulo constrói um abrigo. se tomarmos abrigo pelo 'ser', diria a.p.:
'alejandra alejandra
por baixo estou eu
alejandra'
(apenas um nome)
beijo encontrado
na noite
menina dos olhos de água
o vendaval leva tanto quanto traz. assim me ensinou o mar :)
depois, sim. é tempo de reconstruir.
:)
bruna
poesia é vida. creio ( e já não creio em muito)
:)
A_Duval
que o regresso seja sereno, não tanto como o foram as embarcações 'por esse rio acima' :)
Fausto. escolha magnífica, como sempre.
bjs.
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