As vivas folhas do Outono. É assim que as vejo. Cada uma como um ser que se passeia em floresta de sons e cores. Desmaiadas de tons fulvos, cercam os troncos, espalham perfumes em chão de terra revolvida, sedenta de gotas de chuva.
E o meu olhar vagueia, colhendo sombras, descobrindo esconderijos onde se escondem sentires, disfarçados em folhas que a aragem leva. E voam, fogem, negando o roçar do sol, o calor do afecto de quem passa.
Tantas vezes repetido este caminho. Nunca igual. Hoje coloco a mão, tacteio o vento, aspiro o som que me chega de mansinho, no silêncio do tempo. E avanço, crestando a alma, sem perceber que os silêncios a despertam. Mas fecho os olhos. E abraço o vazio, enchendo o meu ser de sorrisos, soltos em solidão desalinhada.
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