A tua serenidade. Caminho junto, sem lhe tocar, não vá tomar-se de medo e fugir. E não quero que fuja. Quero que olhe e encontre. A paz.
A minha serenidade. Toco-lhe e por vezes os percursos nem se cruzam, mas não foge, brinca comigo. Salta-me à frente, travessa, rindo-se. E então sou eu que a persigo, e se a alcanço, nem lhe ligo, solto-a livre, ao vento. Escondo-me dela na brisa do pensamento. Neste eterno jogo vamos caminhando.
A noite cai cedo, nestas tardes de Outono. Hoje, apanhou-me em clareira de areia, junto ao mar. Caminho repisado por mim e por ela, essa serenidade que se me acomoda, sem inquirir dos sons e das cores da maresia, sem sentir o restolhar da floresta. Desci a vereda e sentei-me na beirinha das ondas. Com a ponta dos dedos desenhei nas núvens sonhos de infância, tentei colori-los mas esqueci-lhes a cor de tanto sonhar. Adormeci olhando-os e ao fechar as pálpebras, prendi-a no olhar. A serenidade.
Mas já não sei qual é. Se a minha, se a tua.
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