23.11.07

and so i rent the house...

foto de askanazy



A casa vazia a acomodar-me o corpo, as palavras a roubarem-me o silêncio dos lábios, a caírem-me nos dedos. E eu a pendurá-las em cada ferida das paredes nuas, magoadas, de muito terem amado outros gestos.

22 comentários:

Hugo Milhanas Machado disse...

Que encanto, gentil moriana, aqui poder sempre voltar...

Beijos.

petroy disse...

que bonita a tua frase. é estranho como os lugares se nos apegam desta forma ... e se tornam tão íntimos

sophiarui disse...

raramente as casas nos aconchegam o corpo...

que o meu abracinho te aconchegue musalia...

;)

myself disse...

I could rent your words...

oxalá disse...

A imensa dor da casa vazia de mim, a imensa alegria da casa a preencher de mim. O rodar da nora com seus alcatruzes de sorte vária. Que é sempre vária mas, ainda, sorte.
Como falar do resto maioritário?

musalia disse...

e esta casa ilumina-se sempre que vens (ou não reconhecesse ela os teus passos no saibro do jardim...:)

musalia disse...

petroy, os lugares são testemunhas da nossa vida. por isso nos regugiamos neles...ou os abandonamos.

musalia disse...

as casas também nos abraçam, sophiarui...

abracinho aceite e outro para a troca:)

musalia disse...

you can´t, my words are not to let
:)

musalia disse...

samy, é isso mesmo. olhei a foto e senti o vazio e o seu possível preenchimento. o resto...vai surgindo a cada milímetro de parede...

bj.

firmina12 disse...

não sei como vim aqui ter, mas não quero passar daqui: tenho medo de me encantar

musalia disse...

luísa ribeiro, talvez tivesses seguido o trilho de um dos livros da 'minha mesinha de cabeceira'...;)
bem vinda, volta sempre.

firmina12 disse...

qual será?

musalia disse...

tenta, Lunário, de Al Berto :)

Sophia disse...

Há espaços que se confundem connosco de tão parte de nós que se tornam!

;) Baci

musalia disse...

é isso, sophia:)
bjs.

Anónimo disse...

há paredes frias (como estas) onde ainda se percebe claramente o calor

musalia disse...

também 'vi' e 'senti' isso, tinta no bolso :)

Anónimo disse...

Quelindo, Moriana!
Há espaços que nunca deixarão de ser nossos e connosco se confundem, pelas memórias que carregam.
Um beijo azul

musalia disse...

helena, as casas contam tantas histórias (mesmo não sendo as nossas) e têm vozes, calor ou frio :)
ou não as suportamos pelas memórias que guardaram...

beijo azulineo.

clarinda disse...

Ontem também comentei este, dizia-te então que fizeste bem em alugar a casa porque assim proteges as memórias dos elementos naturais de desgaste. Tens a chave, entras e sais quando quiseres. Tenho a certeza que é um lugar aconchegante.
A menina lá em cima que espera, de facto, o fardo, quero dizer, as tábuas parecem pesadas. Vou lendo inglês, este que ali deixaste não é difícil, penso. De Italo Calvino, nas cidades invisiveis, há uma que se chama moriana.Gosto imenso desse livro. E verdade escrever a luz, de tão bela, é impossível.

beijinhos

musalia disse...

não dei pelo teu comentário, laerce, desculpa! às vezes o blogger prega-nos partidas.
descobri esta imagem e fiquei presa aos traços de vida que por ali devem ter passado. nas paredes há traços :)

As Cidades Invisíveis, é um livro fascinante, também acho. quase uma interpretação irónica de Il Milione...e, sem dúvida uma magnífica junção do onírico com a realidade.

beijinhos.